Se The Lawless é o mais belo dos filmes é porque não há outro que nos advirta de um sentimento mais justo da natureza.
Não há, para a mão que desenha, e para o cineasta que olha, outra razão que a de precisar a ordem e a beleza natural das coisas.
Assim, a beleza deve ser radiante. (Vitória! exclamei cheio de admiração.) O fervor que me toma a cada visão de The Lawless é como o sentimento de uma respiração mais confortável, a segurança de um sangue mais puro.
Era como a própria primavera!
A beleza da mise en scène é o desenho mais nítido possível da beleza do modelo. (Sucede que nos outros filmes permaneça apenas a nitidez do desenho enquanto o que nos é mostrado é feio ou falso: é o caso de O Tigre de Bengala, de Fritz Lang.)
Como o amor, a beleza só pode nascer da admiração. Pensando na temeridade de seu discurso, a mente encontra sua força no entusiasmo.
Não existe outro tema que a aquiescência à felicidade. O brio de The Lawless, o calor e a impaciência de sua mise en scène são a graça reservada a essa concretização. Esse tom é o da juventude, irresistível portanto, semelhante ao ardor de um mergulho matinal.
Uma tal felicidade exige as cores e a luz mais francas. A vibração do ar, a clareza da decupagem darão um brilho encantador às formas de um corpo livre e vivaz. Exemplo: uma árvore é uma árvore, uma garota é uma garota, a garota sobe na árvore (e machuca o joelho).
O intento de The Lawless é o mais grave, pois trata de estabelecer as relações mais nobres possíveis entre um homem e uma jovem mulher, e se o filme consagra alguns capítulos à violência, ele nos proporciona sobretudo o prazer, a arte de viver e a cortesia.
Marc BERNARD
Cahiers du Cinéma n° 111, setembro 1960, pp. 33
quarta-feira, 22 de julho de 2009
NOTE SUR THE LAWLESS
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Um comentário:
Qué maravillosa era Gail Russell y qué corta y trágica vida tuvo.
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