Hoje é 28 de outubro de 2012. Vou fazer aqui um resumo breve do que se viu nos últimos anos, de certas questões em desenvolvimento entre os filmes brasileiros e a crítica de cinema brasileira: - há de um lado o elogio, e a instituição (não necessariamente nessa ordem), do "maquiavelismo-moleque" (o termo não é meu), "daqueles que sabem exatamente o que querem, e se colocam em posição para conseguir" (as palavras não são minhas). São as pessoas que têm certas coisas, que na realidade são as "coisas certas", para conseguir através dessas posições, e por isso precisam se colocar em certos caminhos, na realidade os "caminhos certos", para consegui-las; - a afirmação de que se está "no caminho certo" é na realidade uma carta branca para se continuar com os mesmos programas, as mesmas idéias, as mesmas vendas (no sentido de comércio, venda de produto, e no sentido de tapa-olho, máscara); - a especulação intelectual passou a pregar a permanência de um terreno pródigo em temas a partir dos quais seja possível "se exercitar" para "fazer fortalecer" a cena cultural ("planejar", "manobrar" até "conseguir o que se quer", já que se está em "posição para conseguir"); - com tudo isso, o que está mais do que consumado é um projeto arrivista cuja recepção local (é aqui que entra a crítica de cinema) assumiu como bandeira o chapa-branquismo (basicamente não há quem faça crítica aos filmes brasileiros no Brasil), bandeira que agora começa a ser legitimada como uma coletividade (uma vez que já não há ninguém se debruçando sobre os méritos individuais dos filmes, i.e. uma crítica). Só o futuro dirá se tudo isso é apenas preocupante ou se já se deu, neste ponto das coisas, o fim da crítica brasileira, aquela que começou lá em 1998 aqui na internet.
domingo, 28 de outubro de 2012
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