quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Se o objetivo era fazer um filme todo construído em cima de diálogos que só reforçam a inclinação ideológica (demagógica) do projeto, do tipo "Para mim a revista Veja veio sem o plástico" saindo da boca da personagem mais antipática (a que quer foder com o zelador vadio por egoísmo, pois como todos sabemos quem quer despedir a entidade abstrata "zelador pobre" é automaticamente egoísta, canalha, injusto e, portanto, entidade abstrata "leitor da Veja"...) ou "Trabalhe duro" para respaldar o rapaz que, ao contrário da mãe faxineira (e obviamente evangélica), não vai à igreja (puta transgressão numa época de hegemonia religiosa esmagadora como a nossa...), ou em cima de simbolismos esclarecedores (ou seja, perfeitamente inúteis enquanto símbolos) como o vovô latifundiário com barba de Matusalém (afinal a injustiça é eterna...) nadando com os tubarões (i.e. os seus pares) na madrugada, então o Cronenberg foi completamente bem-sucedido com Maps to the Stars.

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